mercearia bio, a entregar bio desde 2007

Os Convidados e Equipa da Festa dos 10 Anos

Os 14 anos são mesmo um feito em si mesmo. Eu explico… Para uma microempresa, como é o caso da Bio Desafios, que começou apenas com os seus fundadores, como mão-de-obra, com os seus capitais próprios, 100% nacionais, exclusivamente provenientes de poupanças de alguns anos de atividade profissional, portanto capitais modestos – começamos com €5.000 de capital social – o mínimo exigido na altura para abrir uma empresa e podemos dizer que é tudo nosso.

Dados da Pordata indicam que pouco mais de 50% das empresas sobrevivem aos primeiros 2 anos. E o número de empresas resistentes vai sendo mais reduzido com o passar dos anos.

É justo e importante dizer que, embora tenhamos começado só nós, os fundadores, a Ana e o Pedro, todos os Colaboradores que estão com a Mercearia Bio, como o Nuno que já vai para os 12 anos, ou o Rui que veio estagiar quando ainda era menor, a Helena, nossa Designer que começou quando a Mercearia Bio não passava ainda de uma ideia, assim como todos os que ao nosso lado estiveram dando o seu contributo e a emprestar a sua alma ao projeto, fizeram e fazem de nós o que somos hoje.

E somos uma microempresa com valores, os que escolhemos para o nosso “cartão de cidadão” são a transparência, a amizade, a justiça e a individualidade/personalização, mas muito haveria a acrescentar, porque o respeito, pelas pessoas, todas sem exceção, pelo ambiente e o que ele nos dá e a forma como nós devolvemos, entre tantos outros princípios morais que partilhamos.

Não há segredos nem receitas para o sucesso, que não sejam a dedicação, a paixão e o acreditar nas nossas capacidades. E se a perseverança é uma palavra que junta tudo isto de forma eficaz, como se fosse o copo misturador, falta ainda acrescentar o foco 100% biológico, que sempre serviu de moldura à nossa atividade e a que associamos a sustentabilidade, que está hoje tanto na ordem do dia.

A Família, está mesmo na génese da Mercearia Bio e sempre presente. Eu e a Ana começamos este projeto ainda antes de termos os nossos Filhos, o Pedro, primeiro, e a Clara mais tarde. Hoje, embora separados, continuamos a trabalhar juntos e a partilhar o projeto, e ainda mais importante, a ser uma Família, por estranho que para algumas pessoas possa parecer, e apesar de separados somos uma Família perfeitamente funcional e harmoniosa, Crianças e Pais felizes!

Foto da Equipa da Festa dos 10 Anos!

O caminho não tem sido fácil nem lucrativo. Mas, aqui falo apenas por mim, gosto do que faço, é variado, pouco rotineiro, estimulante, desafiante, preenchedor (fulfilling) com a aprendizagem constante que marca os meus dias, com os nossos Fregueses, Colaboradores e todas as Pessoas com quem nos relacionamos. Dá-me a possibilidade de viajar… pelo Algarve, e como há paisagens bonitas pelos locais que visitamos para fazer as nossas entregas!

E se já é, ou tem sido, bom assim, eu, otimista convicto, quero acreditar que o melhor, de nós e da Mercearia Bio, está ainda para vir!

Obrigado a todos os que nos têm acompanhado!

mudar a nossa relação com as embalagens

English Version after the Portuguese one

Na Mercearia Bio, sempre tentamos reduzir o uso de sacos, caixas e todas as formas de embalagens desnecessárias. Há já vários anos que deixamos de disponibilizar sacos plásticos, que substituímos por sacos de papel, disponibilizando também sacos reutilizáveis ​​de algodão biológico.

A próxima etapa será introduzir um valor simbólico a cobrar pelos sacos de papel e, com o dinheiro angariado, encaminhar para uma instituição de caridade local. Isto porque o objetivo, ao cobrar, é sensibilizar para a necessidade de todos reduzirmos a utilização desnecessária de embalagens e incentivar à reutilização. Na nossa loja também disponibilizamos caixas de papelão reutilizadas para livre uso dos nossos Fregueses.

Os materiais que utilizamos para o take away do serviço de cafetaria sempre foram totalmente compostáveis. Antes da pandemia já estávamos a trabalhar para substituir os materiais de take away compostáveis por caixas de plástico reutilizáveis ​​que venderíamos e que poderiam ser trazidas para uma nova refeição ou simplesmente devolvidas para reembolso, mantendo em aberto a possibilidade do Freguês trazer a sua própria embalagem. Mas, quando a pandemia veio, sentimos que teríamos que retroceder nesta matéria específica.

Antes da Pandemia, tínhamos um dia especial aos sábados na Mercearia Bio Café que chamávamos de Green Saturdays (Sábados Verdes) e oferecíamos descontos em produtos frescos hortofrutícolas e frutos secos a granel, se os Fregueses não usassem sacos e trouxessem os seus próprios frascos para os frutos secos. Oferecíamos também um desconto especial no serviço de cafetaria se os Fregueses viessem até nós de bicicleta, skate ou qualquer outro veículo amigo do ambiente.

Nos serviços que disponibilizamos através da loja online tentamos reutilizar, tanto quanto podemos, todos os tipos de caixas de cartão e plástico que recebemos de nossos fornecedores e produtores. Procuramos também não utilizar plástico nas nossas caixas, embora por vezes, devido à natureza dos produtos, seja realmente necessário. No entanto, sentimos que algumas pessoas não estão satisfeitas com essa reutilização. Pretendemos, por isso, passar a decisão para o Freguês e perguntar no momento da encomenda se pretende caixas reutilizadas ou novas.

Estamos sempre em busca de novas soluções, mas às vezes o custo das soluções disponíveis é uma barreira para uma adoção rápida da mesma. Em nossa opinião, o maior problema que enfrentamos não é tanto o problema dos materiais usados ​​na embalagem quando vamos às compras, mas da maneira com que a maioria das pessoas vê a embalagem, como descartável.

Os nossos pais, dependendo da idade de cada um, e a’vós, costumavam reaproveitar garrafas, caixas, potes, frascos, latas, todo tipo de vasilhame que compravam e deitavam muito pouca coisa fora. À medida que as garrafas se tornaram amplamente sem tara retornável, conforme abandonamos o hábito de trazer o nosso próprio saco de pão ou deixamos de usar o balde para o lixo orgânico – lembro-me da minha mãe forrar o balde com jornais velhos, já que sacos plásticos eram demasiado preciosos para deitar fora – entre muitos outros hábitos que se perderam, começamos a ver todas as embalagens como descartáveis.

Todos entramos alegremente na era do descartável, sem prever nem pensar nos problemas que daí adviriam e com os quais nos deparamos nos dias de hoje. Alguém se recorda da sua última ida a qualquer cadeia de fast food? E de qual o volume de embalagens descartáveis que geraram e se tornaram resíduos? Serve bem para refletir!

Embora os materiais sejam importantes, não tenho certeza se eles são o principal problema aqui… Tenho um copo de plástico da “tupperware” que trouxe emprestado da casa da minha Mãe há alguns anos atrás. Deve ter mais de 40 anos. O problema não é tanto o plástico ou qualquer outro material, mas a maneira como o usamos.

E as embalagens compostáveis ​​feitas de plantas serão elas uma solução sustentável? Pessoalmente, ainda não tenho tanta certeza disso.

Na Mercearia Bio temos procurado ativamente influenciar uma mudança nas embalagens que os fornecedores disponibilizam. Muitas soluções novas estão a aparecer e ficamos felizes em ver cada vez mais que isso é um motivo de preocupação.

Preparamo-nos para estabelecer, na Mercearia Bio, uma meta para o final de 2022, para disponibilizar apenas produtos a granel ou em embalagens sustentáveis. Ainda estamos a trabalhar nisso porque existem vários problemas, principalmente nos produtos frescos, mas estamos confiantes que se a procura – todos nós Consumidores – fizer a sua pressão, tanto os produtores primários quanto a indústria irão atrás das soluções mais sustentáveis.

Uma coisa é certa, vamos estar por aqui para fazer a nossa parte!

English Version

changing our relationship with packaging

At Mercearia Bio we have been always trying to reduce the usage of bags , boxes and all forms of unnecessary packaging.

We have long discontinued the plastic bags and replaced them by paper bags. making available also organic cotton reusable bags. The next step will be charging for the paper bags and the money that we get from it would most likely go to a local charity. In our store we also make available reused cardboard boxes. 

Our take away materials for the coffee shop service have always been fully compostable.

Before the pandemia we were already replacing the take away disposable materials by reusable plastic boxes that we would sell and that could be brought for a refill or simply taken back for a refund. But as the pandemia came we felt that we would have to go back on this particular issue.

Before the Pandemia we ran a special day on Saturdays at our store, we called it Green Saturdays, and we would offer discounts in the fresh produce and bulk dried fruits if Customers did not use any bags and brought their own jars for dried fruits. We would also offer a special discount in the coffee shop service if Customers came to us by bike, skate or any other environment friendly vehicle.

In our online store service we try and reuse as much as we can all sorts of cardboard and plastic boxes that we get from our suppliers and producers. We also try not to use plastic in our boxes, although sometimes due to the nature of the products it is really necessary. Nevertheless we feel that some people are not happy with these reusage. We are therefore planning to ask at the moment of ordering if the Customer wants reused boxes or new ones.

We are always looking for new solutions, but sometimes the cost of the available solutions are a barrier to a quick adoption.

In our point of view the biggest problem we face is not as much the problem of the materials used in the packaging when we go shopping, but the way most people see the packaging as disposable.

Our parents, depending on your age, and grandparents, were used to reuse bottles, boxes, jars, every type of container they bought and they threw away very little. As bottles became widely non refundable, as we dropped the habit of bringing our own bag  for bread, using literally the bin for organic litter – I remember my mother lining up the bin with old newspapers as plastic bags were too precious to throw away – and many other habits that were lost.

We all happily entered the era of the disposable without foreseeing the problems that would come and with which we are now faced. So although the materials matter I am not so sure if they are the main issue here… I have a plastic cup from “tupperware” that I borrowed from my mothers’ home a few years ago. It must be over 40 years old. The problem is not so much the plastic or any other material but the way we use it.

And is compostable packaging made from plants a sustainable solution? I personally am not so sure about it.

At Mercearia Bio we have been assisting to a shifting in the packaging that suppliers make available. A lot of new solutions are coming up and we are happy to see more and more this is a matter of concern.

At Mercearia Bio we are setting a goal for the end of 2022, to make available only products in bulk or in sustainable packaging. We are still working on it as there are several problems, specially in the fresh products, but we are confident that if the demand pushes both primary producers and the industry will go after the solutions.   

One thing is for sure, We will be playing our part!

o diário da nossa horta


Com a pandemia instalada tivemos que alterar muitos dos nossos hábitos e rotinas na nossa vida pessoal e profissional, o mesmo tendo sucedido com a maior parte dos estabelecimentos comerciais.

Na Mercearia Bio Café, na impossibilidade de continuar a fazer o serviço de cafetaria no interior, procuramos tornar o espaço dedicado à nossa esplanada mais confortável, acolhedor e convidativo, pensando também já no tempo mais frio que vai chegar.

Com a ajuda de toda a Equipa da Mercearia Bio, da Teresinha e do Pedro, da Byho, da Fátima da Quinta das Seis Marias, nasceu a nossa horta!

Surpreendidos? 

Pois ficaram também os nossos Fregueses e todos os transeuntes que passam diariamente à porta da Mercearia Bio Café, na zona ribeirinha de Portimão.

É que em vez das tradicionais plantas de pouca rega e manutenção, plantamos alfaces, couves, coentros, salsa, manjericão, piri-piri, aipo, uma amoreira e algumas suculentas… E foi apenas o início da nossa horta… 

Và… é a bem dizer uma micro-horta, mas é igual à que cada um de nós pode ter na sua varanda, quintal, no parapeito da janela ou em simples vasos pendurados no exterior.

E assim, de forma bem simples e sem ambição, nasceu um projeto com mão na terra, que queremos dar a conhecer e ir partilhando todas as semanas. 

Os nossos objetivos são mostrar que é possível todos termos a nossa hortinha, partilhar os conhecimentos que vamos recolhendo dos nossos “Consultores”, os Produtores, e incentivar as boas práticas ambientais, que todos temos a responsabilidade de ir incorporando no nosso dia dia.

Criamos até um email especialmente dedicado

 odiariodanossahorta@merceariabio.pt 

e que servirá como canal de troca de experiências e dicas que quem for acompanhando a nossa horta possa necessitar para melhores resultados ter na sua.  

Aqui fica o vídeo de apresentação da nossa horta!

the diary of our vegetables garden

With the pandemic in place, we had to change many of our habits and routines in our personal and professional lives, the same happened with most shops, cafes and restaurants.


At Mercearia Bio Café, as coffee shop service indoors was no longer a possibility, we had to move outside and try to make the space dedicated to our terrace more comfortable, welcoming and inviting, also thinking about the colder weather that will arrive.


Our vegetable garden was born with the help of Mercearia Bio Team, Teresinha and Pedro, from Byho, and Fátima, from Quinta das Seis Marias!

Surprised?

So were our Customers and all people passing by Mercearia Bio Café’s door, on the riverside area of Portimão.


Instead of the traditional plants with little watering and maintenance, we planted lettuces, cabbages, coriander, parsley, basil, piri-piri, celery, a mulberry and some succulents … And it was just the beginning of our garden…


Well … it’s a micro-vegetable garden, but it’s the just like the one each one of us can have on our balcony, in the yard, on the windowsill or in simple vases hanging outside.


And so, in a very simple and unambitious way, a hands-on project was born, which we want to share every week.

Our goals are to show that it is possible for everyone to have their vegetable garden, share the knowledge that we are collecting from our “Consultants”, the Producers, and encourage good environmental practices, which we all have the responsibility to incorporate into our day.

We have even created an email specially dedicated to


odiariodanossahorta@merceariabio.pt

and that will serve as a channel for exchanging experiences and tips that whoever accompanies our garden may need for better results to have in theirs.

Here You will find our vegetables garden presentation video!

abril 2020, aos nossos olhos

abril2020_pt

 

Ana – financeiro, rh e novos projetos

“Estamos todos com saúde, e estamos todos a trabalhar na Mercearia Bio. Não gosto de anadizer que estamos todos bem, pois dificilmente alguém está bem no contexto actual. Não sou cor-de-rosa, nunca fui. Instalei o “meu escritório” na minha cozinha, e passo aqui os dias, entre o computador, as 4 refeições diárias que confecciono, o telefone e as redes sociais da Mercearia, as aulas on-line dos miúdos, e até mesmo nas pausas, fico aqui. É um espaço cheio de luz, é bom…. neste espaço sou tudo, a responsável financeira da empresa, a mãe, a cozinheira, a professora, a explicadora, a empregada de limpeza. Estou como a maioria das pessoas, confinada num espaço, em isolamento social…, costumo dizer que quando tudo isto acabar quero isolamento parental! Há dias difíceis, outros mais fáceis, estamos todos a sobreviver, é o que eu sinto. Mas estamos cá, e enquanto conseguirmos vamos continuar a fazer aquilo que sabemos – levar o que de melhor temos até Si.”

Nuno – loja online e compras

“um dia de cada vez… Estes são tempos difíceis que jamais imaginei atravessar, é um cenário atípico ao qual rapidamente tive de adaptar-me para dar resposta a desafios novos, extremamente exigentes. Na merceariabio.pt tem se feito sentir um pico de encomendas online para entrega em todo o País, e nós, Equipa da Mercearia Bio, tivemos de reagir às necessidades dos nossos Fregueses. Passamos a trabalhar em alta rotação 7 dias por semana, a dar o nosso melhor para garantir a entrega de todas as encomendas que chegam até nós! Por estes dias, o nosso armazém ficou pequeno mas  a nossa garra, atitude e alma cada vez maior! Por estes dias, intensificamos o nosso ritmo, acordamos cedo e deitamos-nos tarde, trabalhamos como nunca, mas com a mesma vontade de sempre! Por estes dias, os meus colegas têm sido incansáveis, soberbos, exemplares, verdadeiros poços de energia, apesar de toda a pressão, stress e  pânico, que se faz sentir na nossa sociedade, no nosso dia a dia e nas nossas rotinas.

A nossa equipa implementou uma plano interno de contingência de forma a garantir o melhor serviço possível com os menores riscos associados para todos os nossos fregueses que implica o distanciamento entre colaboradores e  consumidores, desinfeção das áreas utilizadas frequentemente, utilização de máscaras e viseiras, higienização geral das nossas instalações. A nossa postura tem sido séria e de rápida resposta perante todas as dúvidas, processamento de encomendas e respectivas entregas. A gestão de stocks é agora o nosso foco de preocupação, sendo que lançamos um apelo aos nossos fregueses para o consumo consciente, pois os bens alimentares de 1ª necessidade deverão estar acessíveis ao máximo de famílias possíveis. Sentimo-nos capazes, comprometidos e disponíveis para satisfazer as necessidades de todas as Famílias que acreditam em nós!

Pessoalmente, quero dizer-vos que, têm sido momentos de muito trabalho, esforço e dedicação.  São semanas, dias e horas de muitas e rápidas decisões, mas eu sinto-me bem e capaz. Custou-me muito, a semana passada ter saído de casa um dia pela manhã e a Tatiana estar em lágrimas porque sente medo por eu estar em exposição e em contacto permanente com outras pessoas. Mas tranquilizei-a e a vós tranquilizo-vos  porque todos juntos de mãos dadas vamos superar esta pandemia, vamos continuar a satisfazer dezenas de famílias, e vamos ser uma equipa forte e cada vez mais capaz de superar qualquer situação que seja.

Todos os meus colegas estão de Parabéns pela atitude e entrega demonstrada no dia a dia.”

equipa armazém

Rui – tecnologias, loja online e mercaria bio café

“Há algum tempo que ouvia falar no vírus, mas apenas na China, então não ligava muito. No entanto, foi quando estava de férias na Madeira que ouvi sobre o primeiro caso em Portimão, na escola onde tirei o meu curso, e foi aí que comecei a me aperceber aos poucos da realidade. Parece impossível, e sempre pensamos que “só acontece aos outros” mas agora sei que está perto e isso assusta bastante. Tive de antecipar o voo de volta com medo de ficar “preso” na Madeira, onde na altura não tinha caso nenhum confirmado, mas nunca duvidei que o meu lugar era na cidade onde tenho a minha família toda. Durante algum tempo fechamos nos em casa com medo de termos passado nos aeroportos assim como milhares de pessoas que vem de todo o mundo. Todos os dias tenho de sair de casa para ir trabalhar, e saio com um mix de emoções. Triste por deixar a minha mulher e filha, de apenas 3 meses, sozinhas em casa nesta altura, em que tudo assusta. Medo por ter de voltar para elas depois te todos os dias sair e não saber se o levo para casa, mas Feliz por pertencer ao grupo de pessoas que está a trabalhar para que o país não pare e que as pessoas continuem a receber comida em casa.
Em casa tenho de esconder tudo isto e ser forte pelos os que Amo e dizer que tudo vai ficar bem.
Eu acredito que vai! Eu SEI que vai!”

 

Fernanda – mercearia bio café

“Estava de férias quando foi decretado o Estado de Emergência. Durante 3 dias não fernanda 1pensei muito no assunto, pois estava em casa muito ocupada, fazendo coisas pendentes há anos. Véspera de regressar ao trabalho e assaltam-me alguns pensamentos e receios: Lido com muita gente, será que alguém me pode infetar, levando eu o virus para casa e infetando “os meus”? Será que desconhecendo o meu estado viral posso infetar alguém? Mas estes pensamentos apenas duraram fracções de segundos. Pois se podemos estar meses sem comprar uns sapatos ou vestido, ninguém pode estar sem comprar bens alimentares e os fregueses da Mercearia Bio necessitam de mim e dos meus colegas, por isso VAMOS LÁ!”

 

Cristina – mercearia bio café e armazém

“Quando este vírus apareceu pensei :”só me faltava mais isto”, depois de um longo cristinacaminho perturbado, de algumas duras batalhas quase ultrapassadas, de tanto esforço e tanta energia gasta em arranjar respostas e soluções para afastar as pedras que cruzaram o meu caminho, onde vou buscar mais forças para isto? Então parei, como muitos, e pensei e perguntei-me: és capaz?
E a resposta veio do meu íntimo, sim, acho que sim, é só mais uma batalha e eu sou capaz, porque nunca me passou pela cabeça desistir. Porque todos dizem que sou forte e eu vou provar que sim, eu sou resistente. Vamos lá á luta, desta vez não estás sózinha. E há quem precise da tua ajuda e tu estás lá.”

 

Helena – design gráfico, comunicação e imagem

“Há alguns anos que trabalho a partir de casa e por isso continuar a fazê-lo em nada veio alterar o meu trabalho. Mas agora tenho de fazê-lo partilhando o tempo com a minha filha, que não pode brincar com os amigos e que teve de se adaptar a uma nova forma de estudar.
As saídas à rua passaram a ser apenas para levar comida a familiares de maior idade que estão confinados em casa para que estejam seguros. Faltam os abraços e os beijos mas mantemos os sorrisos através das tecnologias e nos fugazes momentos de entrega das compras.helena
Cresceu a solidariedade, familiar, em equipa de trabalho e até no exemplar comportamento dos nossos políticos que falam a uma só voz no parlamento. A Primavera chegou com o ar mais limpo, as águas mais azuis e estas são as coisas que mais importam agora.
Se nos mantivermos unidos sairemos todos mais fortes desta nova experiência… é o que desejo a todos.”

 

Pedro – loja online, mercearia bio café e marketing & comunicação

“tempos estranhos, estes… Que todos vivemos. Triste por não poder estar com alguns dos que nos são mais próximos, não poder apertar a mão, beijar, abraçar, conviver. Triste por ver as pessoas assustadas, desconfiadas, tristes, com medo, privadas do convívio fernanda 2social que em muito nos diferencia das outras espécies. Triste também por ver as ruas e as estradas desertas, a maior parte do comércio e empresas encerradas, muitas das quais de pessoas que conhecemos bem. Melhor que a maioria das pessoas porque me é permitido trabalhar. Satisfeito porque conto com os meus Companheiros de trabalho todos, empenhados e dedicados nesta missão que ora assumimos de continuar a fazer a Mercearia Bio ainda mais útil para todos os Fregueses. Feliz mesmo por cumprir a nossa missão social, ajudando a fazer chegar semanalmente a mais de 100 famílias por todo o país, as nossas encomendas, contribuindo assim para a missão de manter o mais possível as Pessoas em casa. Muito feliz por ter todos os que me são próximos de saúde e com esperança no futuro que aí vem. Esperamos assim poder continuar e ultrapassar estes tempos estranhos e poder voltar à vida normal que tínhamos, de que agora todos temos saudades e que talvez possamos vir no futuro a valorizar mais do que o fizemos no passado.

Da nossa Família para a Sua!”

 

Equipa da Mercearia Bio

da nossa família para a sua, mercearia bio

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Numa altura em que os produtos biológicos estão cada vez mais disponíveis em praticamente todas as superfícies de comércio alimentar, na Mercearia Bio assistimos com muita alegria à confirmação de que quando começamos em 2007, estávamos mesmo no caminho certo.

Continuamos hoje fiéis aos nossos valores, procurando os melhores produtos, de agricultura biológica e, o mais possível, de produção local, regional e nacional. Nos frescos, frutas e legumes, a nossa oferta é cada vez mais centrada no que a produção nacional nos dá e isso reflecte-se na maneira como vamos mantendo os nossos Fregueses e Amigos fiéis aos nossos produtos e cada vez mais próximos de nós.

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Este ano, em junho, juntamos a nossa Equipa para pensarmos um pouco no que temos andado a fazer e no que queremos continuar a fazer. Entre outras conclusões e decisões, o mais importante foi revisitar as nossas origens e partilhar isso com todos. Tudo começou em 2007 de uma vontade de encontrar os melhores ingredientes para a nossa Família e partilhá-los com os nossos Fregueses e Amigos:

Mercearia Bio, da nossa Família para a Sua!

E é assim mesmo que vemos o nosso futuro, sempre em busca do melhor para Nós e para Si!

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O Nuno fez em outubro 10 anos de Mercearia Bio, o que nos deixa a todos muito orgulhosos e nos faz pensar na responsabilidade que temos de continuar o nosso trabalho. Eu, a Ana e a Helena estamos com a Mercearia Bio desde o início, no ano de 2007. O Rui, mesmo antes de atingir a maioridade já cá estava e agora acaba de ser Pai! O Vítor já há uns aninhos que se juntou a nós e a Fernanda, acabadinha de completar o seu primeiro ano, que esperamos seja só o 1º de muitos.

E tudo isto para dizer, em jeito de mensagem de ano novo, que vamos continuar a trabalhar todos os dias para ter o melhor da produção biológica nacional disponível online, em merceariabio.pt, e na Mercearia Bio Café e outros pontos de venda que esperamos poder ter cada vez mais próximo de todos os nossos Fregueses.

Um Bom Ano com os melhores alimentos!

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Do(s) (1)8 para o(s) 80, uma História de Sustentabilidade Familiar

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a família, só falto eu, o pedro, o fotógrafo

No último Dia das Bruxas, ou Halloween, como preferirem… É que a mim já me custa que esta seja uma tradição importada, e ainda termos de lhe manter o nome estrangeiro… Vou-me ficar pela designação cá da malta!

Voltando ao tema, neste dia, que para mim é mais que tudo o aniversário do meu Pai, o Toni, como o chamamos todos, netos, filhos, sobrinhos, mulher, amigos e por aí fora, completou 80 “biscas”, como ele diz.

Em conversa com as minhas irmãs, a Bá e a Claudete, portanto duas, comigo 3 irmãos e filhos dos meus pais, falávamos sobre os preparativos da celebração e o que haveríamos de oferecer a um Homem numa tão provecta idade… Gosto da expressão!

Entre várias ideias colheu maior consenso um tablet. Mas é preciso que percebam bem o enquadramento. Não se tratava de uma prenda com vista à introdução das novas tecnologias lá em casa dos seniores ou “new agers”, para assim posicionar este artigo a par das tendências do momento. Esse passo já o tínhamos dado há dois anos com a oferta do primeiro “smartphone” a entrar lá na casa dos meus Pais, pelo 78º aniversário do meu Pai.

Essa sim a verdadeira revolução tecnológica da casa dos Avós e também a verdadeira motivação para o tablet… Que eu explico: o meu Pai anda sempre, desde que se familiarizou com o seu novo gadget, com ele atrás. E para quê? Simplesmente para ver tudo o que é futebol e dá na tv, a televisão tradicional, quando não a tem nas proximidades.

Mas o telefone tem um ecrã muito pequeno e o Toni já tem uma vista muito cansada e precisa de ver a imagem maior. E foi esta a principal motivação para a escolha da prenda.

Não vou falar da minha Mãe, porque isso dava mais um artigo ou uma série deles, mas apenas referir que a Lola, como também todos a tratam, não gostou nada da ideia e, para ser brando, fica descontente a toda a hora com esta obsessão do Toni. Apenas para contextualizar, a Lola é uma Septuagenária que se recusa de forma convicta a tomar contacto com tudo o que sejam novas tecnologias.

Voltando ao tablet, tínhamos decidido e a Claudete, a minha irmã mais velha, em conversa com o filho Ricas, meu sobrinhito, que por acaso dá quase dois de mim de altura, tem quase 2,00 metros, e tem mesmo 18 anos, e com o meu Cunhado, Djulai, conversavam sobre a prenda e conversa puxa conversa, e aquele tablet do Ricas, que tá novo e guardado à espera de se tornar obsoleto, mas que está ainda para a as curvas?

O meu sobrinho, o Ricas, como todos os adolescentes, tem para ali uma quase que exclusividade com o seu telefone, que é aquilo que usa para tudo, por isso o tablet está guardado.

Acho que é também importante e justo referir que o Júlio, o meu cunhado, Djulai é mesmo só a minha irmã que lhe chama, é Cabo Verdiano, de uma família de 10 irmãos, da ilha do Fogo, para quem estas novas tendências de sustentabilidade, economia circular e outras tantas do género, que entraram há pouco nas expressões mais utilizadas por todos, não trazem grande novidade, porque na verdade para ele sempre foi uma necessidade e algo lógico reaproveitar, reutilizar, voltar a reaproveitar e voltar a reutilizar, até não poder mais, por necessidade e não por moda. Lembra-me uma frase que vamos ter em breve nos copos da Mercearia Bio Café – faças o que fizeres não me descartes nunca!

E assim foi dada a prenda, num papel com muitos corações e o nome de cada um dentro de cada coração, ainda dentro da caixa original. Para o meu Pai, que, como já tive oportunidade de dizer, tem fraca vista, foi como novo. Não parava de dizer – mas para que foram vocês gastar tanto dinheiro – preocupado com a nossa saúde financeira. E é claro que depois lhe dissemos o que ali estava na verdade.

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o embrulho do tablet

Mas o facto de se tratar de um equipamento já usado não diminuiu em nada o gesto e o valor do presente. Pelo contrário, acho que todos nos sentimos orgulhosos por este gesto que só teve coisas positivas para todos nós Família e para todos vós habitantes do planeta.

E só para rematar, sabem qual foi a prenda que a Clara, minha filha e eu, demos ao meu filho Pedro no passado dia 13? Uma bicicleta em 2ª mão que compramos no comércio tradicional de Portimão, na Torrado Bikes, onde já tinha comprado uma bicicleta nova para a Clara e onde conto comprar ou trocar as próximas que vierem a ser necessárias.

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o toni e o ricas

Saúde Menstrual: Opções mais Saudáveis e Ecológicas

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A pele é um dos maiores órgãos do corpo, uma das suas principais funções é a sua capacidade de absorção através dos poros. Todas as substâncias químicas colocadas na pele entram na corrente sanguínea e são espalhadas pelo corpo.

 

Quando selecciona os seus produtos de higiene menstrual lembre-se de escolher opções saudáveis porque a zona genital tem uma grande capacidade de absorção. Ao utilizar um tampão ou um penso descartável comum as substâncias existentes neles são absorvidas pela mucosa vaginal.

A menstruação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher, quando não existe fecundação ocorre a descamação das paredes internas do útero. É estimado que a mulher desde da primeira menstruação à menopausa utilize mais de 8000 produtos higiénicos descartáveis, desde pensos a tampões, os quais tem um grande impacto no meio ambiente.

A maioria destes produtos higiénicos descartáveis tem na sua composição, fibras sintéticas, celulose, viscose, plásticos como o polietileno e o polipropileno, cloro, absorventes derivados do petróleo, látex, agro-tóxicos e produtos químicos, tais como dioxinas, perfumes e corantes.

Existem consequências associadas ao uso dos produtos higiénicos com químicos tais como, inflamações ginecológicas, infeções, irritação vulvovaginal (comichão, ardor, alergias…).

Sabia que já que existem outras opções mais saudáveis e amigas do ambiente?

– Copo Menstrual

– Pensos Menstruais Reutilizáveis

– Pensos e Tampões higiénicos de Algodão Biológico

– Cuecas absorventes

Porque nem todas as mulheres são iguais e têm estilos diferentes, a minha sugestão é que faça escolhas saudáveis e inteligentes para a sua saúde e cuidando simultaneamente do meio ambiente.

Foto M (1)Margarida Martins é natural de Loulé mas escolheu Portimão para viver.

Através da sua experiência como Enfermeira começou a ajudar as meninas, jovens e mulheres a fazerem escolhas inteligentes para terem a saúde física, emocional e mental que desejam.

Uma das suas paixões é a Saúde da Mulher. Nos últimos anos tem vindo a partilhar este tema em workshops, consultas e em grupos de mulheres. Facilita ainda sessões de Renascimento/Rebirthing.

Vive a vida com simplicidade através de estilos de vida positivos e equilibrados.

Kefir é “bem viver”

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Kefir é uma bebida fermentada, com origem nas montanhas do Cáucaso, onde é consumido há milhares de anos, não só pelas suas propriedades nutritivas como também por tradicionalmente, se acredita que confere longevidade. É obtida através da submersão temporária dos “grãos de kefir” num substrato, como o leite, seja ele de origem bovina, caprina ou de ovelha, onde se dá a fermentação.

Também é conhecido com a designação de tíbios, flor de iogurte, cogumelos do iogurte, quefir, kefir, kiaphur, kefer, knapon, kepiand e kippi. O termo kefir, deriva do turco keif que significa “bem-estar” ou “bem viver”.

Os “grãos de kefir” são uma colónia de microrganismos simbióticos, imersa numa matriz composta de polissacarídeos e proteínas, formada por bactérias – lactobacilos e bifidobatérias – podendo conter leveduras. Contudo, a sua composição biológica, química e nutricional, varia conforme a origem e o modo de produção.

É considerado um alimento probiótico, com consistência cremosa e de sabor ligeiramente amargo, que resulta da fermentação do leite, mas tudo vai depender do tempo desta. É obtida pela adição dos “grãos de kefir” ao leite, que vão fermentá-lo, incorporando na sua constituição bactérias e leveduras benéficas, bem como outros nutrientes úteis à saúde.

É bastante rico nutricionalmente, quando comparado ao iogurte, uma vez que possui maior número de bactérias e leveduras, resultante do processo de fermentação, das quais se destacam: L. bulgaricus, S. thermophilus, L. acidophilus, L. casei, entre muitas outras, bifidobactérias e leveduras.

Existem vários estudos que indicam eu o kefir trás imensos benefícios para a saúde, o qual se destaca no equilíbrio da microbiota intestinal, na regulação da tensão arterial, na melhoria de doenças cardiovasculares e perda de peso.

Como cultivar o kefir:

Habitualmente, os “grãos de kefir” são doados e o transporte inadequado pode resultar em contaminações indevidas. A produção é caseira, colocando-se cerca de 2 colheres de sopa dos grãos num frasco esterilizado e seguidamente, cobrem-se com leite a temperatura ambiente (20-28’ C). Deverá tapar-se o frasco com um pano, de modo a que os grãos “respirem”. As bactérias começam-se a alimentar do açúcar do leite (fermentação). Se forem colocados no frigorifico, esse processo fica inativado, ficando as bactérias adormecidas, podendo resistir semanas ou meses. Também podem ser congelados e reativos após anos.

Ao receber os grãos, é importante verificar se a cor e a textura são semelhantes às apresentadas no momento em que foram enviados. Normalmente possuem um tamanho variável de 0,3 – 3 cm, com formato irregular, de cor branco-amarelado, e textura viscosa e firme.

Durante o processo de fermentação é normal que o grão cresça, uma vez que as bactérias estão-se a alimentar. Se eles continuarem miudinhos após uns dias, é sinal de que algo está errado.

Além das culturas do kefir de leite, também existe o kefir de água, na qual são adicionados açucares e/ou fruta para se obter a fermentação. Os grãos são formados por uma massa consistente e gelatinosa, de cor amarelo translucido e de formato irregular e tamanho variável.

Foto Dina Carção

 

Dina Carção, Nutricionista

Licenciei-me na Escola Superior de Saúde de Faro em 2015 e sou membro efetivo da ordem dos nutricionistas desde 2016.

Presto serviços para instituições geriátricas e de educação, assim como, colaboro com entidades de utilidade pública. Atuo na área da nutrição clínica, dando consultas dirigidas a utentes de várias faixas etárias e patologias. Noutra vertente, dou formação na área da alimentação saudável e também da gravidez, da amamentação e da alimentação do bebé até ao primeiro ano de vida. Recentemente, integro a equipa do projeto HOPE.

A minha atuação baseia-se no registo da alimentação saudável e acredito que a alimentação mediterrânica seja a base para um estilo de vida saudável.

 

Crianças Vegetarianas

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A alimentação vegetariana implica um conjunto diversificado de conceitos, variantes, vantagens e limitações para a saúde de quem a pratica, podendo variar entre uma simples restrição a carnes vermelhas ou uma total restrição ao consumo de alimentos de origem animal, bem como de alimentos que na sua produção impliquem o sacrifício animal, em maior ou menor grau.

Entre os vários tipos de dietas vegetarianas, a mais restritiva é a dieta vegan! Com total restrição do consumo e utilização de produtos que possam derivar de origem animal, com motivações não só por questões de saúde, mas especialmente adotada por um conjunto de pessoas que defendem e adotam filosofias de vida orientadas para este comportamento e estilo de vida, não apenas na alimentação.

Existem, em nutrição, conceitos como o valor biológico e a biodisponibilidade dos nutrientes, que correspondem à sua “qualidade” e capacidade que o organismo tem de os absorver e utilizar eficazmente. É também sabido, que o mesmo nutriente, tem biodisponibilidades diferentes de acordo com a sua origem e, no que respeita às proteínas, às vitaminas lipossolúveis, a determinados sais minerais e ácidos gordos essenciais, a fonte de origem animal é essencial. Ou seja, o facto de 100 g de couve galega possuir cerca do dobro da quantidade de cálcio comparativamente a 100 ml de leite meio gordo, não significa, que o primeiro seja mais proveitoso para o organismo humano, antes pelo contrário.

As fases da vida em que existam maior taxa de crescimento, desde a gravidez até à idade adulta, apenas devem ser sujeitas a dietas restritivas em casos pontuais e necessários. Pois todos os nutrientes são essenciais a um ótimo crescimento e desenvolvimento físico, intelectual e cognitivo.

Mais uma vez, a dieta mediterrânica e caracteristicamente portuguesa é das mais completas e equilibradas e, se verificarmos as suas rodas e pirâmides educacionais, com facilidade nos apercebemos que a maior e mais frequente ingesta alimentar deve de facto ser em alimentos de origem vegetal, mas exigindo a necessidade diária de alimentos de origem animal (lacticínios, ovos, carnes e pescado).

Desde a mulher grávida, passando pelo bebé, criança, adolescente e jovem, são exemplos de fases da vida em que é necessário não apenas um consumo alimentar variado, mas também energético, por serem fases de crescimento e desenvolvimento essenciais. Quando restringimos a alimentação e a limitamos apenas a alimentos de origem vegetal, este crescimento e desenvolvimento estão em risco, resultando ou podendo resultar em situações de défices ou até mesmo de doenças.

A substituição total de alimentos de origem animal por alimentos de origem vegetal implica igualmente riscos para a saúde a médio/longo prazo, como no caso do leite e bebida de soja (rica em alumíno, fitatos e fitoestrogénios).

Deste modo, os vegan são considerados grupo de risco em termos nutritivos e consequentemente em termos de saúde em geral. Razão pela qual, devem sempre procurar a ajuda do nutricionista para tentar aproximar a sua ingestão dos valores nutritivos pretendidos e com o devido aconselhamento em suplementação alimentar, essencial desde a primeira infância. As adolescentes e jovens vegan são, de acordo com estudos realizados e, quanto a mim, uma verdadeira preocupação a este nível. Nomeadamente em questão de risco de anemia ferropénica e desnutrição, pois é uma idade em que são muito seletivas, praticando alimentações excessivamente restritivas do ponto de vista nutricional e, acrescendo o facto das perdas sanguíneas durante o período menstrual.

Embora não existam estudos científicos específicos e recomendações acerca da alimentação vegan em idades pediátricas, existem já algumas indicações acerca das alternativas alimentares para estes casos, referindo necessidade de reforçar a ingestão de frutos oleaginosos, leguminosas, cereais integrais e hortícolas e, de que as introduções alimentares dos alimentos de origem vegetal respeitar o preconizado para a alimentação omnívora.

Vanessa do Carmo

 

Vanessa do CarmoNutricionista licenciada na Escola Superior de Saúde Faro, em 2007. Inscrita na Ordem dos Nutricionistas, com larga experiência na área do acompanhamento em nutrição clínica e em instituições de saúde geriátrica e de educação. Acredita piamente que só a educação alimentar e as políticas associadas podem resultar na prevenção de doenças e estados de saúde que debilitam grandemente a nossa sociedade!!! É contra os fundamentalismos e as dietas da moda e defende a riqueza da alimentação mediterrânica.

A Cor da Nossa cozinha

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A população portuguesa consome cerca do dobro da quantidade de sal, que é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (5g/dia), tornando-se essencial diminuir a sua utilização na alimentação, sendo as ervas aromáticas, uma boa alternativa.

Segundo a Direção Geral de Saúde (2013), o atual consumo elevado de sal é uma causa importante de hipertensão arterial e, por conseguinte, de doenças cérebro-cardiovasculares como o AVC e o enfarte do miocárdio, aumentando, também, o risco de doenças renais, tornando-se um grande fator de risco para a saúde.

Como alternativa ao consumo de sal, podemos utilizar nas nossas cozinhas as ervas aromáticas, uma vez que, potenciam o sabor, o cheiro e até a cor aos alimentos, trazendo benefícios de forma positiva para a saúde. Podem ser usadas na preparação ou tempero de saladas, marinadas, sopas, carnes, peixes, chás, compotas, entre outros e também, podem ser usadas frescas ou secas, apesar que depois de secas perderem algumas das suas propriedades.

São fornecedoras de vários nutrientes, como proteínas, vitaminas, minerais, fibras, óleos essenciais e outras substâncias, em que atuam na prevenção do aparecimento do cancro, funcionamento do sistema cardiovascular, reprodutivo e nervoso, e ainda poderão ajudar no sistema digestivo e imunitário. Algumas também são conhecidas pela sua excelente ação antioxidante, como o orégão, o tomilho, a salsa, a salva, o manjericão, entre outros.

 

CARACTERISTICAS DAS ERVAS AROMÁTICAS

Aipo: Possui um sabor ligeiramente salgado, e um único caule é suficiente para condimentar os alimentos. Usado em sopas, saladas, carne estufada ou guisada ou cozida.

Alecrim: Possui um sabor doce e fresco. Usado na preparação de marinadas de carne de porco e borrego, aromatizar a água da cozedura de massas, batatas, arroz, molhos de tomate, saladas e manteigas aromatizadas.

Alho: Acentua o sabor das refeições devido ás suas essências aromáticas, pode ser usado esmagado, picado ou fatiado. Usado para temperar refogados e no tempero de carne, peixe, hortícolas cozidos e também, na preparação de arroz, feijão, pizas e sopas.

Cebola: Pode ser usada de variadas formas, como único ingrediente ou como tempero, seja ela frita, refogada, assada, ou crua em saladas. É um excelente substituto do sal.

Coentros: Tem um aroma especial e característico, que combina muito bem com todo o tipo de peixe. Tanto são usadas as folhas frescas, os caules e até as suas sementes. Usados em saladas, caldos de peixe, arroz, ervilhas, favas, sopas e molhos.

Endro: Pode ser usado tanto as suas folhas como o seu caule, que conferem um sabor forte, picante e apetitoso nos alimentos. Usado na preparação de sopas, saladas, peixes e arroz.

Estragão: Tem um sabor bastante acentuado, e costuma ser usado na preparação de vinagretes, peixes, saladas, molhos, omoletes.

Erva doce/funcho: São usadas tanto as suas folhas, como o seu caule e flores, na preparação de saladas, gratinados ou refogados, molhos, chá e pratos doces.

Gengibre: Apresenta um sabor muito picante e intenso, em pó, fresco, seco, em calda, cristalizado ou em pasta congelada. Usado na preparação de carnes e peixes, bebidas e sumos naturais, chás, sopas, saladas, entre outros.

Hortelã: Também conhecida como menta, tem um cheiro puro e sabor intenso e refrescante. Usado para aromatizar bebidas, tempero de pratos salgados e carnes, sopas, saladas e também no fabrico de rebuçados.

Louro: As folhas são muito aromáticas e possuem um sabor mais intenso depois de secas. Usado no tempero de carnes (porco), peixes, e na preparação de sopas, feijão, ovos e batatas cozidas.

Manjericão: Quanto mais jovens forem os rebentos, mais intenso é o seu sabor e cheiro. Deve ser adicionado em pratos já previamente confecionados de carne, peixe, sopas, massas, cozinhados com tomate e vinagres aromatizados.

Orégãos: Apresenta um sabor intenso, forte e aromáticos. Usado para aromatizar saladas de tomate fresco, molhos á base de tomate, pratos com queijo, carne, peixe, massas, guisados ou estufados.

Salsa: As suas folhas apresentam um sabor intenso e aromático. Deve ser consumida crua, aromatizando sopas, saladas, peixes, carnes, ovos.

Tomilho: Apresenta um cheiro muito suave, semelhante ao da hortelã. Da sua composição nutricional destacam-se as vitaminas B e C e o magnésio.

 

COMO COMPRAR E CONSERVAR AS ERVAS AROMÁTICAS

No momento de comprar as ervas aromáticas, deve-se escolher sempre mais frescas e com maior aroma, para conseguir uma maior durabilidade, embrulhe o seu caule em papel absorvente humedecido ou num pedaço de pano e guarde-as num saco de plástico no frigorífico.

Também poderão ser cortadas e guardadas no congelador, no entanto, podem perder algumas das suas propriedades, uma vez que existe a formação de cristais de gelo, fazendo-as perder o seu poder aromático.

Foto Dina Carção

 

Dina Carção, Nutricionista

Licenciei-me na Escola Superior de Saúde de Faro em 2015 e sou membro efetivo da ordem dos nutricionistas desde 2016.

Presto serviços para instituições geriátricas e de educação, assim como, colaboro com entidades de utilidade pública. Atuo na área da nutrição clínica, dando consultas dirigidas a utentes de várias faixas etárias e patologias. Noutra vertente, dou formação na área da alimentação saudável e também da gravidez, da amamentação e da alimentação do bebé até ao primeiro ano de vida. Recentemente, integro a equipa do projeto HOPE.

A minha atuação baseia-se no registo da alimentação saudável e acredito que a alimentação mediterrânica seja a base para um estilo de vida saudável.