O conhecimento foi passado de pais para filhos ao laborarem nesta atividade artesanal, nas suas próprias propriedades.
Situada no parque Nacional da Ria Formosa, a 500 metros da barra de Tavira, longe de fontes de poluição. Este prestigiado posicionamento relativamente à entrada de água do oceano permite ter uma qualidade ímpar de argilas que estão implantadas, assim como do produto final.
3º cristalização (daqui provém uma otimização da produção e da qualidade).
N.S: Quantos anos de atividade tem a empresa contando com as gerações anteriores?
R.S: Cerca de 170 anos.
N.S: Qual o tipo de sal que produzem regularmente?
R.S Sal grosso e flor de sal
N.S: Em que meses é o pico da produção de sal?
R.S: A produção normalmente é de junho a setembro inclusive.
N.S: Como é o processo e duração da produção, desde a preparação, colheita e acondicionamento do produto?
R.S: O trabalho na salina começa entre fevereiro e março, com a limpeza das salinas e preparação das águas, para em maio ser colocada a água nos cristalizadores e em junho começarem a ser retirados a flor de sal e o sal.
N.S: Quais os maiores cuidados/dificuldades durante a produção do sal?
R.S: A produção de sal depende das condições atmosféricas e climatéricas, assim como o cuidado em regar sempre os caminhos da salina, para que não haja pó no ar.
N.S: Qual é a maior adversidade para a produção de sal?
R.S: O tempo.
N.S: A recolha do sal é feito manualmente à “moda antiga” ou com recurso a máquinas?
R.S: A recolha é toda feita manualmente à moda antiga. O carrego para o armazém já é feito com auxílio de uma máquina.
N.S: Flor de sal, para quem não sabe o que é?
R.S: A flor de sal é uma fina camada de sal que se forma à superfície de água e que só mantém o nome enquanto flutua. Assim que a sua densidade aumenta e esta cai para o fundo do cristalizador, passa a ser sal. A flor de sal dissolve-se assim que toca nos alimentos e poderemos dizer que tempera e não salga, para além de ser usada em muito menos quantidade do que o sal.
N.S: Quais os benefícios da flor de sal?
R.S: Ao reduzirmos a quantidade de sal que colocamos na comida, vamos estar a reduzir o sódio que ingerimos.
N.S: O sal produzido pelo Rui Simeão é sem aditivos daí a coloração por vezes mais escura. Que tipo de produtos são utilizados no sal convencional para branquear o produto?
R.S: Para branquear o sal são utilizados o hipoclorito de sódio, cal para lavar e antiaglumerantes como oxisilicato de alumínio e ferrocianeto de potássio.
N.S: O que tem de tão especial Tavira e a Ria Formosa, a vossa área de produção, que torna o vosso sal tão prestigiado?
R.S: A nossa salina está implementada longe de poluidores ativos e com águas não contaminadas.
N.S. São certificados pela Sativa, há quantos anos?
R.S: Desde 2000, pela Sativa e pela Nature&Progrés.
N.S: A vossa área de produção é DOP ?
R.S: Sim, até à data somos o único sal no mundo com DOP (Denominação de Origem Protegida)
N.S: Projetos para o futuro?
R.S: O nosso grande desafio é mantermos todo o processo de recolha artesanal, como é feito tradicionalmente, e acima de tudo, fazer com que o consumidor perceba a diferença entre um bom sal marinho e o sal comum, habitualmente vendido nas superfícies comerciais.